quarta-feira, 11 de maio de 2016

John Locke



Não há certeza
 
No seu tratado intitulado Les Six Livres de la Republique, 'Os Seis livros da republica', de 1576, o famoso jurista esclarece que nenhum dogma religioso tem fundamentos que não possam ser colocados em dúvida, tanto assim que, a história da religião demonstrava que os profetas e lideres religiosos, em todas as épocas, mantinham-se em desacordo sobre quase tudo e que nenhum deles podia cabalmente defender a 'verdadeira religião'.


Por conseguinte, 'era mais seguro acatar todas as religiões de que escolher uma entre muitas' e que evidentemente a uniformidade da fé, além de ser imoral, não podia ser imposta a força ou por qualquer outro recurso violento.


Os que clamavam por 'uma fé, uma lei, um rei', eram os responsáveis pela guerra civil intermitente, visto que era uma loucura esperar haver paz num reino dividido entre súditos que praticavam religiões diferentes. Pelo bem da tranqüilidade coletiva, tinham sim é que acostumar-se em conviver com aqueles que obedeciam a outro catecismo. (*)

(*) as citações foram extraídas do livro As fundações do pensamento político moderno, de Quentin Skinner, 1996, págs. 517-523).

Nenhum comentário:

Postar um comentário